PREPARE-SE PARA O ACAMPAMENTO CALAMIDADE ⚡

Com uma escrita dinâmica e certeira, Bernardo nos mostra que suas referências e sua vivência são suas maiores forças enquanto escritor. Um prato cheio pra quem gosta de uma boa história. — Pablo Praxedes, autor de A Poção do Amor.

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Leia o prólogo | Reviews | Curiosidades | Leia os contos


O que estão dizendo sobre O Sussurro do Árdego

Um livro que tem representatividade, ação, autoconhecimento e acima de tudo trás a vibe dos quadrinhos para o texto corrido, usando elementos do nordeste brasileiro, representando ainda mais o nosso país e nossa literatura. - @termineicast
Eu não sei o que esperava desse livro, mas fui totalmente surpreendida! [...] Eu devorei esse livro em menos de um dia de tão bom! - @fireheart.l
Com plots inovadores e um vilão que conversa com a história, me fez entrar na história animada e terminar o livro querendo a continuação no mesmo instante! - @readingwithiris
Temos uma narrativa fluida, envolvente, com heróis nacionais, um vocabulário regionalista, fazendo você se senti no Nordeste, temos adolescentes que carregam suas inseguranças, duvidas, representatividade com personagens LGBTQIA+ e para finalizar só um detalhe, nossa super-heroína, além de sergipana, mulher é preta (ARRASOU @bern.i3). - @amante.literariaa
A leitura é fluida e eu terminei bem rápido, porque a história me prendeu muito. Tem muitos plot twists e eu achei o final bem inesperado. - @booclks
É uma leitura rápida, fácil de ler, muito animada, que te prende do início ao fim, te faz ter apego aos personagens e ficar ansioso para a continuação. - @booksbysmy
O livro também contém muita representatividade, temos protagonistas negros e lgbtqiap+, e o autor aborda os assuntos com naturalidade, deixando bem claro a força que eles tem como super-heróis. - @entrelinhaselivros
Esse livro chegou chegando e me deixou completamente apaixonada! Não temos simples super heróis aqui minha gente, temos Super Heróis SERGIPANOS!! - @lendocom3.14
As vezes nós procuramos livros de fantasias que se passam tão longe, mas O Sussurro do Árdego, livro nacional e com história toda passada no nordeste, conseguiu entregar uma trama tão boa quanto internacionais e de autores best sellers. - @maxonsworld
Os diálogos são excelentes sem essas frescuras que a gente lê por ai! Sério, você elevou a minha leitura a um patamar que eu não sabia que existia. - @lendocomalali

O Acampamento Calamidade é um ambiente seguro e acolhedor para jovens com super- poderes em Sergipe. Ao menos era o que todos pensavam. Quando Martino, Lucas e Amara chegam ao Morro dos Gaviões para o seu primeiro ano como campistas, coisas estranhas começam a acontecer.

Segredos, mistérios e traumas do passado surgem para assombrar os protagonistas de O Sussurro do Árdego, em uma vibrante aventura de super-heróis.

Sempre à espreita, o maquiavélico vilão sussurra no ouvido dos jovens campistas, fazendo do acampamento o seu grande espetáculo doentio. Os heróis precisarão enfrentar seus piores medos para sobreviver aos planos do Árdego.


Leia o prólogo completo.


As tardes passavam devagar na capital sergipana, quase como se o tempo quisesse que as pessoas aproveitassem o calor ameno para fazer um passeio na Orla da Atalaia, andar de Tototó no Rio Sergipe ou apenas tomar um sorvete na esquina de casa. Esmeralda poderia ser uma dessas pessoas, andando pelas ruas do Centro despreocupadamente, em busca de alguma bugiganga que claramente não tinha utilidade para ela, ou passeando pela praia da Cinelândia, sentindo a brisa do verão batendo em seus cachos soltos e em seu rosto delicado, mas ela não podia se dar ao luxo de se divertir, não agora que havia acabado de se formar no Acampamento de Super-Heróis e assumido o manto de Calamidade.

Ainda era uma vigilante solo, nenhum de seus colegas campistas quiseram formar uma equipe com a garota, já que todos sempre tiveram muito medo das habilidades dela. Como seu nome mesmo diz, a heroína tem o poder de gerar calamidades aonde quer que vá. Sejam poderosos tornados ou até mesmo leves terremotos, a natureza destrutiva de seus superpoderes sempre foi mal vista pelos outros heróis.

Naquela fatídica tarde de sexta-feira, quando o sol dava indícios de se pôr no horizonte azulado da praia da Atalaia, a vigilante se encontrava em cima de um letreiro de uma mercearia chamada “Dois Irmãos”, que era muito comum na cidade de Aracaju — ela deve ter contado umas cinco durante o percurso até a avenida. A garota vestia o uniforme lilás que sua mãe costurou para ela no dia de sua formatura, o collant cobria boa parte de seu corpo, deixando exposto apenas o seu rosto e os cachos amarrados em dois afro puffs. Sua pele negra brilhava com o suor causado pela corrida que apostou consigo mesma apenas para matar o tempo.

Era uma garota cheia de engenhosidade, teve de aprender desde muito cedo que, se quisesse ser levada a sério, precisaria se dedicar duas vezes mais do que os outros heróis. Em sua segunda semana como vigilante, já havia recebido vários ataques de pessoas que tentou salvar, a maioria a tratava como vilã antes de notarem suas boas intenções, as pessoas não pareciam prontas para uma heroína preta em ação. Mesmo com tudo isso, Calamidade não estava pronta para desistir. Sabia o seu propósito, continuaria sua luta por justiça mesmo que todos lhe dissessem que ela não iria conseguir.

Quando se encolheu no parapeito da mercearia, a heroína observou com atenção todo o perímetro, constatando após dois minutos de vistoria que estava tudo tranquilo e que não tinha com o que se preocupar. Com uma música dos Tribalistas na cabeça, Calamidade balançava os dedinhos, brincando com pequenas correntes de vento que orbitavam sua mão e formavam pequenos e inofensivos tornados. Ela sempre fazia isso para ter certeza de que seus poderes estavam sob controle, sentia um medo tão grande de causar um desastre que estava sempre cobrando de si mesma o dobro do que as outras pessoas cobravam.

Em um momento, quando dois tornados de mais ou menos dez centímetros de diâmetro cada dançavam na palma de suas mãos, a garota se distraiu com a letra de uma música e acabou perdendo o controle. As espirais de vento foram alimentadas e ganharam cada vez mais força sem que ela percebesse, até que estavam tão grandes que ela já não podia segurá-las com as mãos. Quando se deu por si, desfez os tornados com dificuldade, sentindo suas pernas bambearem por causa da quantidade de esforço que colocou naquele ato.

Bateu as costas no letreiro quando tentou se segurar para não perder o equilíbrio, acabou entortando a letra O, fazendo um barulho assustadoramente agudo que alertou os pedestres. Foi quando ouviu uma explosão vinda dos Arcos da Orla, um som abafado que fez com que todos os seus sentidos ficassem em vigília. Varreu a avenida com os olhos e se esticou ao máximo no parapeito, buscando algum sinal da origem da explosão.

Avistou um carro em chamas caído na calçada de ladrilhos azuis e brancos, ao semicerrar os olhos conseguiu notar a presença de duas figuras por detrás da nuvem de fumaça preta que saía do motor do automóvel. No mesmo instante, Calamidade se lançou na direção do chão, pousando a poucos metros da mercearia e assustando os pedestres com a sua aparição repentina.

Como se feita de vento, a heroína se moveu entre os carros parados no semáforo, ignorando o som agoniante das buzinas e se aproximando do incidente sem pensar duas vezes. Era isso, aquele era o momento que tanto esperava para provar para todo mundo que era uma grande heroína! Quando chegou mais perto da confusão, viu que havia uma criança pálida caída no chão, ao lado do carro em chamas. As duas figuras que viu há pouco se engalfinhavam em uma tentativa caótica de alcançar um objeto brilhante que saltitava entre os ladrilhos, escapando de suas mãos.

Calamidade não teve tempo de se preocupar com a criança, pois assim que seus olhos encontraram as duas figuras, percebeu o que estava acontecendo. Um rato mutante humanóide rastejava por cima de um homem esguio e pálido com uma cicatriz que cortava boa parte de seu rosto triangular. O rato rugia enquanto encravava suas garras nas costas do pobre coitado, que tentava a todo custo empurrar o mutante e se desvencilhar de seus ataques ferozes.

— EU VOU CONTAR ATÉ TRÊS! — ameaçou a criatura com sua voz estridente carregada de fúria. O mutante se ergueu, agarrando o pescoço do homem que se debatia e expressava toda a sua dor pela expressão facial. A cicatriz em seu rosto lhe fazia parecer um daqueles super-vilões de quadrinhos americanos, como o Doutor Silvana, de “Shazam!”.

— A chave… — rezingou o homem, balançando os pés que agora estavam a poucos centímetros do chão. O rato mutante arregalou seus olhos vermelhos, observando o objeto caído a poucos centímetros deles, então sua feição mudou.

Calamidade não sabia como conseguia distinguir as expressões faciais de um rato, mas logo notou o desejo latente queimando nos olhos daquele animal de dois metros de altura. Precisou ser rápida para alcançar a chave dourada que a criatura tanto ansiava, pois no momento em que a besta-fera jogou o homem no chão, assumiu uma postura tensa e se preparou para correr até o objeto, ignorando completamente tudo ao seu redor.

Antes que as mãozinhas do rato encontrassem a chave, Calamidade a apanhou, surpreendendo o mutante, que pigarreou ao dar de cara com o chão vazio. Assim que ergueu o focinho, a fera observou a heroína com atenção e sibilou de forma inconsequente, como se tentasse amedrontá-la com sua feiura.

— Tá procurando por isso? — ela se gabou, abrindo um sorriso malicioso. Calamidade nunca perdia a oportunidade de provocar seus adversários, ela era como um leão que gostava de brincar com sua presa antes de devorá-la.

— Mas quem diabos é você? — A criatura expressou toda sua confusão, assumindo uma posição de ataque comum no reino animal. A heroína se perguntou se aquela criatura estava mais próxima de um rato do que de um humano, ou o contrário. Sabia que não tinha resposta certa, aquelas bestas faziam tanto sentido quanto a teoria da terra plana.

— Eu? Sou o seu pior pesadelo, ô praga! — vociferou a vigilante, guardando a chave em um dos compartimentos escondidos em seu traje, cerrando os punhos e se preparando para atacar. — Tem uma nova heroína na cidade, se eu fosse você nunca mais apareceria por aqui!

Em um ímpeto mortal, Calamidade se lançou contra a besta-fera, conjurando uma rajada de vento que se direcionou ao peito do mutante. Logo, os dois estavam envoltos em espirais de ar que muito em breve formariam um tornado tão grande quanto os Arcos da Orla. Sentiu as mãozinhas do mutante agarrando seus tornozelos no momento em que ficaram exatamente no olho do tornado. Ele tentava puxar Calamidade para baixo com suas garras encravadas na perna da heroína, deixando toda a sua ganância cegá-lo do fato de que estava no meio da tempestade.

Quando a vigilante foi jogada no chão, o rato mutante se arreganhou, exibindo suas presas amareladas, tão finas quanto agulhas, e se lançou contra o corpo magricela dela. A garota se encolheu e tentou fugir do aperto da besta-fera, que a vasculhava como um abutre vasculha um cadáver, mas seus esforços foram em vão, pois logo a criatura apanhou a chave dourada e se afastou dela, gargalhando em sinal de vitória.

Estava tudo dando errado, a ratazana havia pego a chave, a ventania agora se encontrava fora de controle e havia deixado Calamidade e o mutante para trás, tomando a avenida de forma violenta enquanto empurrava o carro em chamas e os dois civis que tentou proteger. Começou a se questionar se realmente estava ajudando alguém ali ou só criando mais confusão. Por um segundo sua mente a transportou de volta ao jardim de infância, quando criou um pequeno incêndio na sala de aula depois que sua professora debochou dos seus cabelos crespos.

Ela era um desastre ambulante, esse era literalmente o seu superpoder. Porém, mesmo quando tudo deu errado antes, Calamidade nunca desistiu. Superou cada desafio que colocavam em sua frente pra chegar até aqui, não podia simplesmente se deixar morrer na praia! Ergueu-se do chão e gesticulou com a mão, sentindo os dutos de gás embaixo da terra tremerem. Com pouco esforço, a heroína fez um terremoto apavorante causar uma rachadura debaixo dos pés do mutante, que teve parte de suas pernas engolidas pela terra fofa.

— Mas o que…?

Calamidade se apressou e apanhou a chave dourada das mãos da ratazana, lhe lançando um sorriso vitorioso logo em seguida. Ela, que não esperava que o mutante conseguisse se libertar de sua prisão improvisada, deu as costas a ele e observou a avenida com atenção. Estava tudo um caos, o tornado girava de um lado para o outro, devorando os Arcos como se fosse uma criatura viva, as pessoas haviam deixado seus carros na avenida e corrido para longe da confusão, todas pareciam ter mais medo dos poderes de Calamidade do que daquele rato mutante.

Mas quando ela percebeu que o tornado estava indo em direção ao carro em chamas, onde logo ao lado estava o homem com a cicatriz no rosto segurando a criança desacordada no braço, Calamidade foi agarrada pelas mãos sujas da besta-fera e arremessada para trás como se fosse uma daquelas bonecas de pano artesanais que via no Mercado Municipal.

Deixou a chave escorregar de suas mãos enquanto rolava pelo chão, perdendo um pouco a noção do que acontecia ao seu redor. Foi pega de surpresa, mas assim que atingiu um banco de madeira e parou de se arrastar, a heroína olhou na direção da chave e depois repousou seu olhar no rato mutante, que mostrava as presas enquanto salivava com a ideia de finalmente dar um fim ao que começou.

Conjurando os ventos com o pouco de energia que ainda lhe restava, Calamidade empurrou o rato mutante na direção do tornado, no mesmo instante em que o carro, agora carbonizado, foi engolido pelas espirais de vento. Não conseguiu ver nem o homem com a cicatriz no rosto, nem a criança que imaginava ser seu filho, então pensou que talvez eles tivessem fugido para algum lugar seguro. De qualquer forma, não tinha muito tempo para se preocupar com eles, já que o tornado agora estava tão grande que poderia muito bem se tornar um furacão descontrolado e engolir a capital sergipana se Calamidade não intervisse.

Preocupada com o que vinha a seguir, a heroína se concentrou e posicionou suas mãos à frente de seu corpo magricela. Por pouco não foi consumida pela exaustão, mas lentamente conseguiu fazer com que o tornado se dissipasse e tudo o que havia engolido retornou ao chão, acabando de vez com aquele show de horrores. O rato foi destroçado pela força do vento, assim como o carro. Os dois caíram ao mesmo tempo no chão, fazendo com que o som do metal e dos ossos pesados do mutante ecoasse pela avenida.

Calamidade acreditou que havia ganho a batalha. Recolheu os braços que formigavam e soltou um longo suspiro, deixando o sentimento de vitória lhe acolher por longos segundos. Uma multidão de pessoas se aproximou do local onde há poucos estava acontecendo o seu grandioso embate contra seu primeiro vilão, e a heroína se perguntou o porquê de ninguém estar lhe parabenizando, ou apenas aplaudindo pelo espetáculo.

Na verdade, as pessoas exibiam um olhar de choque, algumas escondiam o próprio rosto com as mãos, outras apontavam as câmeras de seus celulares para filmar algo na direção do carro. Ela, que tentou se convencer de que estavam apenas assustados com a imagem medonha do rato mutante esmagado, só percebeu o que estava acontecendo de verdade quando o homem com a cicatriz no rosto saiu de trás de um dos arcos em ruínas e correu em direção ao carro.

— MEU FILHO! — O grito do homem exalava uma dor excruciante, como se tivesse sido ele no lugar daquele rato. As lágrimas iluminavam seu rosto pálido como se feitas de diamante, refletindo a luz do sol de forma assombrosa, enquanto ele tentava empurrar os destroços do carro em vão.

Alguns civis o ajudaram, enquanto Calamidade mancava até a cena, ainda sem entender o que estava acontecendo. Quando finalmente conseguiram tirar o automóvel do lugar, ela percebeu o motivo do choro daquele rapaz. Quando o tornado se dissipou e tudo que estava orbitando nas espirais veio de encontro ao chão, o carro carbonizado acabou caindo em cima do corpo inconsciente do garotinho, que agora jazia sem vida no asfalto da Avenida Santos Dumont.

Calamidade não conseguiu ouvir nada além de um BEEEEP infernal que se instalou no pé de seu ouvido no mesmo instante em que as sirenes da ambulância surgiram na esquina. Tudo parecia se mover em câmera lenta, num filme sem som. Ela se perguntou se aquilo estava mesmo acontecendo ou se estaria no meio de um pesadelo doentio. Para o seu azar, aquela cena era real e aquela realidade a assombraria pelo resto de sua vida...


Curiosidades sobre o Acampamento Calamidade

Não basta conhecer a trama em O Sussurro do Árdego, é preciso ir além! Aqui você encontrará algumas curiosidades sobre esse universo incrível criado pelo autor Vicent Bernardo. Acompanhe nossas redes sociais pelas atualizações diárias dessa listinha!

1. A plástica visual e narrativa de O Sussurro do Árdego foi inspirada em algumas obras bem legais de fantasia e ficção, como a série Percy Jackson e o quadrinho Gotham Academy.
2. A representatividade queer e outros aspectos deste universo foram pontos centrais para criar diversidade dentro do Acampamento Calamidade.
3. O significado do nome Árdego é; impetuoso, ardente.


Contos do universo Acampamento Calamidade

O Acampamento Calamidade é repleto de histórias, muitas delas complementam e até tornam mais claro muitos dos eventos em O Sussurro do Árdego. Você pode ler os contos gratuitamente, confira o que já foi lançado:


🕷️ Aranhas, Aranhas, Aranhas | Clique aqui para baixar grátis

Aranhas, Aranhas, Aranhas mostra as primeiras interações dos protagonistas de O Sussurro do Árdego. Quando Lucas chega na casa de Martino, estranha o fato de poder ter amigos reais e não precisar mais da companhia das aranhas que apareciam quando morava com seu tio.



🔥 Velocista Atômica em Autocombustão | Clique aqui para baixar grátis

Velocista Atômica em Autocombustão é uma cena de racha eletrizante entre a Velocista e seu arqui-inimigo, Calorimetria, mas ela não imaginava que essa corridinha acabaria de um jeito tão sombrio...

Leia na íntegra os contos O Menino e o Sussurrador e Dia dos Finados!




O MENINO E O SUSSURRADOR

Era uma vez em um reino distante...

Uma guerreira poderosa foi coroada rainha ao garantir a segurança de seu reino com punhos de ferro. Ela era tudo o que qualquer herói gostaria de ser, forte, gentil e muito sábia. A guerreira atraía os olhares de muitas pessoas, tinham aqueles que a invejavam, aqueles que a admiravam e os que a odiavam. Mas ela só tinha olhos para uma pessoa, um escudeiro atrapalhado que não tinha nada a oferecer ao mundo além de seu bom coração.

A guerreira e o escudeiro se apaixonaram perdidamente, e durante dois longos anos viveram como em uma lua de mel. Não se casaram, pois sentiam que ainda não era o momento certo, porém, um fruto nasceu desse amor. O pequenino era mais parecido com a mãe no quesito força e bravura, mas herdara do pai o bom humor e a vontade de ajudar a todos que necessitavam. 

Logo formaram uma família linda e feliz, que governava esse reino de forma justa e bondosa. O menino crescia depressa, sonhando em se tornar como a mãe, enquanto ajudava o pai nas patrulhas do reino. 

Ele só não tinha conhecimento sobre um quarto elemento nessa história, até a fatídica noite em que seu pai precisou atender a um misterioso pedido de ajuda.

Era uma sexta-feira sombria no reino, os lobos uivavam sem parar e as árvores sussurravam palavras de ordem. Volte! Não vá! Você não vai voltar se continuar! O escudeiro não lhes deu ouvidos, precisava ajudar seja lá quem fosse a pessoa que estava precisando. O menino ficou com a mãe, olhando pela janela de seu castelo como se pressentisse que algo de ruim aconteceria.

Quando o escudeiro chegou à uma clareira, com a lua sendo a única fonte de luz nos arredores, ele o encontrou. Um mal antigo que assombrava o Reino, e vez ou outra surgia sorrateiramente para deixar mensagens. Dessa vez a mensagem seria mais direta. 

O mal era um Sussurrador, uma criatura maligna que se movia entre as sombras e controlava a escuridão. Que mexia com a mente de quem ouvisse sua voz, soando através do vento como o canto de pássaros fúnebres. 

O Sussurrador e o escudeiro entraram em um embate que durou exatamente uma hora, enquanto isso a Rainha ordenava para que os guardas do Castelo fossem atrás de seu esposo, enquanto tentava tranquilizar o inocente garoto que se escondia debaixo de sua saia, assustado.

“Papai já está voltando!”, ela garantiu, secando as lágrimas do pobre garoto.

“Mainha, eu acho que ele não vai voltar...”, o menino choramingou, sentindo um aperto no peito que o fez querer gritar.

Na clareira, o Sussurrador encravou a ponta da adaga no peito do Escudeiro, observando o corpo cair no chão. Estirado, o homem fitou os olhos cinzentos e brilhantes do sussurrador, e sua vida se esvaía lenta e dolorosamente. 

Foi bom te ver uma última vez.... disse o sussurrador, enquanto a última lufada de ar escapava dos pulmões do escudeiro moribundo.

Os guardas chegaram segundos depois, encontraram ali o corpo com o punhal encravado no peito, e mais ninguém. Nenhum sinal de quem fez aquilo, apesar de todos já saberem quem foi. Todos conheciam aquele monstro, mas não imaginavam que seria capaz de tamanha crueldade. Essa era a mensagem que ele queria dar.

Quando a Rainha soube, ficou despedaçada. Gritou, triste e furiosa ao mesmo tempo. Tentou poupar o seu pobre filho, trancando-o no quarto até o amanhecer, quando jogariam o corpo do escudeiro nas chamas e deixariam as cinzas voarem sobre o rio.

Mas enquanto estava preso no quarto, o garotinho percebeu que não estava só. Não, conseguia sentir a presença do sussurrador na escuridão. Ligou todas as velas, com suas mãozinhas trêmulas tentando iluminar o recinto, mas elas simplesmente não queriam acender. Ele tentava e tentava, mas as chamas não surgiam. Na última tentativa que fez, o garoto sentiu o toque do sussurrador em seu ombro e se virou rapidamente, pronto para gritar.

“Eu não faria isso se fosse você.”, disse, sorrindo para o garoto.

O Sussurrador exibia a sua cicatriz no rosto como se fosse um prêmio, uma marca de guerra da qual ele se orgulhava. E isso apavorava o garotinho.

“Você! Foi você que matou o papai!”, choramingou o menino, sendo consumido pelo mais puro horror.

“Não fique tão surpreso! Já nos conhecemos antes, lembra?”

O garoto não se lembrava. Saberia se tivesse visto uma criatura tão terrível quanto ele antes. 

“Talvez você me reconheça se eu te contar o meu nome...”

A criatura se aproximou do garotinho, para lhe sussurrar no pé do ouvido. O cheiro de carne podre e sangue que emanava dele deixou o menino enjoado, e por mais que tentasse se afastar, não conseguia. Estava paralisado. Quando o monstro lhe disse o seu nome, as pupilas do garotinho se dilataram e ele sentiu como se uma parte de si estivesse sendo corrompida. Assistiu, imóvel, enquanto a criatura se afastava com um sorriso demoníaco estampado no rosto. 

O menino percebeu então que o seu ouvido estava sangrando, as gotas viscosas escorriam pelo pescoço deixando um rastro e um formigamento perturbador. Um rastro de sangue também podia ser visto em pegadas no chão, já seco, nos lugares onde a fera passou ao entrar no quarto e ao sair.

Naquela noite a vida daquela família mudou por completo e o pobre menino soube que nunca mais seria o mesmo.


DIA DOS FINADOS

— Eu vou contar uma história... — Igor coça a garganta, tirando o pigarro. Seus olhos varrem os rostos curiosos dos dez campistas que ficam espalhados ao redor da fogueira, esperando as próximas sentenças proferidas pelo instrutor do Acampamento Calamidade.

— Há alguns anos, durante os primeiros anos da heroína Calamidade aqui no acampamento, um campista novato lutava para ser aceito pelos seus colegas, pois segundo eles, esse campista não merecia estar ali...

“Não é porque ele é filho de super-heróis que ele tenha de ser um...”, diziam. “Esse guri nem poder tem!”. E por mais que tentasse, o pobre garoto não conseguia provar que estavam errados. Até porque nem ele sabia se tinha poderes ou não. O antigo supervisor do acampamento treinou o rapaz fora do horário das aulas, a pedido de seus pais, que, na época, eram heróis muito influentes.

Logo, o rapaz conseguiu melhorar as suas habilidades de luta corpo-a-corpo. Tinha se tornado um dos melhores atletas do acampamento, e mesmo assim todos mangavam dele por ser diferente. “Onde já se viu um herói sem poderes?”. 

Porém, quando o Acampamento foi atacado pelas hordas de ratos mutantes do Doutor Dédalo, o Supervisor decidiu que o jovem rapaz faria parte da equipe de proteção para lutar contra os ratos asquerosos. Quando a batalha começou, o garoto lutou bravamente, derrotando alguns mutantes, mas... seus colegas, descontentes com a presença dele na batalha, decidiram deixar que ele lutasse sozinho. 

— Quem eram esses campistas terríveis? — Gisele pergunta, com o estômago embrulhado por imaginar que alguém seria capaz de ser tão maldoso assim com outra pessoa só por ser diferente.

Igor fica em silêncio, mas em sua cabeça pensa em responder: “O seu pai era um deles”.

— Continuando... 

Os ratos mutantes cercaram o garoto, que, em uma tentativa desesperada de se salvar, subiu em um tronco de árvore e observou aqueles monstros se empilhando um sobre o outro, sedentos por sangue. O Supervisor tentou impedir, mas era tarde demais, o garoto foi pego pelos ratos que devoraram boa parte de seu corpo, deixando-o quase irreconhecível.

Depois que os campistas conseguiram expulsar o Doutor Dédalo, o Supervisor apanhou o corpo sem vida do jovem rapaz e o enrolou com um manto branco. Não conseguiu dizer nada aos campistas, e nem precisava, eles estavam tão em choque e assustados que nem conseguiam andar de volta aos chalés.

Na manhã seguinte os pais do rapaz chegaram no acampamento e armaram o maior barraco já visto nas montanhas da região. O Supervisor foi demitido e os campistas que participaram da “pegadinha” foram expulsos, os poucos que se salvaram ficaram apenas por causa da influência de seus pais. 

Igor encara Gisele por alguns segundos e logo volta a fitar a fogueira.

Os pais do garoto não queriam que ninguém soubesse o que tinha acontecido. Eles ordenaram que o próximo Supervisor... Oito... enterrasse o cadáver no acampamento mesmo e que nunca mais tocasse no assunto. Por algum motivo temiam que isso afetasse a carreira deles. Ele foi enterrado aqui, bem onde nós estamos, no dia dois de novembro de 1993. Relatos de outros campistas afirmam que todo dia dos finados o garoto se levanta do chão e perambula pela mata até a árvore onde morreu. 

Isso... é bizarro! — Kauê exclama, se enrolando em um edredom que dividia com uma outra campista. 

— E impossível. — Amara resmunga, engolindo algumas castanhas torradas. 

— Acreditem se quiser, mas se eu fosse vocês... eu não ficava fora dos chalés tarde da noite. — Igor diz, abrindo um sorrisinho travesso e se levantando do chão úmido. 

A fogueira estava quase sem chamas quando o instrutor se foi. Os campistas se entreolharam por alguns segundos, um pouco atordoados pela história contada por Igor. Logo, quando uma coruja cantou no alto das árvores, todos correram de volta aos chalés, deixando para trás a bagunça. Menos Amara, que, por conta de seu super intelecto, era cética demais para acreditar nessas histórias de assombração.

— Ei, tu vai ficar ai? — a voz de Gisele chama atenção da garota que parecia mais interessada em limpar aquela bagunça do que o que acontecia ao seu redor.

— Você realmente acredita nessas histórias? 

— Bom... vivemos em um mundo onde um maníaco sussurra no ouvido das pessoas e controla suas mentes, vimos com os nossos próprios olhos como o Árdego pode ser... assustador. Se ele é real... qualquer coisa pode ser. — Gisele diz, apanhando um saquinho de castanhas torradas e devorando tudo de uma vez.

Amara dá de ombros.

— Eu não tenho medo do Árdego. 

— Deveria. — Gisele provoca. — Nosso amigo ainda está no ambulatório por causa dele, lembra? 

— Nosso? — Amara sorri, notando que pela primeira vez, Gisele se referiu a Martino como um amigo. 

A garota revira os olhos. 

— Maneira de falar. 

— Bem, se você quer tanto que eu vá pro quarto com você me ajuda a limpar isso aqui. — Amara diz, notando com o canto dos olhos as bochechas de Gisele ruborizarem.

As duas apanham os edredons largados ao redor da fogueira e os empilham em cima de um toco de árvore. Com a força da mente, Gisele extingue as chamas da fogueira, deixando o ambiente mais escuro. A única luminosidade vinha da lua e das poucas luzes acesas na Torre Central.

— Uuuuu. — brincou Gisele, fazendo Amara rir. 

— Você é abestada demais, visse? 

— E você me ama desse jeitinho. — Gisele cutuca a garota e a ajuda a apanhar os edredons. 

Logo, caminham em direção ao chalé triangular para guardar tudo, e é nesse momento que ouvem um barulho abafado vindo da fogueira. Uma das pedras que sustentava os tocos de madeira queimados se soltou, fazendo uma bagunça ainda maior. O barulho repentino faz com que Gisele solte um gritinho assustado e agarre a mão livre de Amara. 

— Desculpe. — a telepata se apressa a soltar a mão da outra na mesma velocidade em que a pegou. 

— Foi só o vento. — Amara a tranquiliza, mas pensa consigo mesma que nenhum vento seria capaz de empurrar uma pedra daquelas assim. 

Porém, antes que pudessem continuar a andar, o chão debaixo da fogueira se abre e o silêncio se rompe outra vez graças a um urro rouco e assombroso. A primeira coisa que notam é uma mão cadavérica apalpando a terra preta e fincando seus dedos no chão, numa tentativa de se erguer. Logo observam o corpo desfigurado da criatura se arrastando em direção a elas, ecoando gemidos de dor pela mata.

— Mas que droga! — Amara berra, se jogando contra Gisele que a agarra pela cintura. Deixaram que todas as coisas que seguravam em suas mãos caíssem, e correram apavoradas. A mente de Amara ainda não conseguia compreender como aquilo estava acontecendo, não havia explicação lógica!

Logo, o zumbi se joga na direção das duas no mesmo instante que começam a correr. Gisele, com seus poderes de telepatia, consegue fazer com que a fera mórbida seja jogada para trás e se choque contra uma árvore. Porém, não parecia o suficiente para detê-lo. 

— O que nós fazemos? — Amara pergunta, com a voz trêmula por causa do pânico súbito que lhe controla a mente.

— Você é super-inteligente, bole um plano!

— Beleza. Beleza! — Amara gritou ao sentir algo viscoso apertar sua perna, fazendo-a perder o equilíbrio e se jogar, mais uma vez, em Gisele. 

— Que troço insistente! — sibilou a telepata, tentando afastar o zumbi sem ferir Amara. Ao fazer isso, a mão do morto-vivo se desprendeu do braço e continuou agarrada em Mara, enquanto o corpo dele era lançado outra vez pelos ares. 

Gisele tentou tirar a mão ensanguentada do monstro da perna de Amara, mas não teve sucesso. As duas correram em direção ao chalé, mas os outros campistas trancaram as portas e janelas, impossibilitando o acesso. 

— Que ótimo! — Gisele bufou. Ela poderia arrombar aquela porta com a força de sua mente, mas não queria ter que se explicar a Oito na manhã seguinte, não importava quem estivesse em perigo, ninguém podia destruir o Acampamento sem a sua permissão. Gisele puxa Amara pela mão, entrelaçando os seus dedos nos dela, e juntas correm em direção à Torre Central, trancando a porta logo em seguida.

A mão do zumbi se solta instantâneamente da perna de Amara e começa a correr com os dedos pelo salão, até chegar no ambulatório. Gisele e Amara se entreolharam, e um grito abafado ecoa no corredor, deixando-as pálidas. 

Logo, uma rajada de vento joga a mão zumbificada para fora da enfermaria, fazendo com que ela se choque contra a parede e exploda em sangue seco e pedaços nojentos de carne podre. Amara sente a bile subir pela garganta, enojada com o que acabou de presenciar, mas se controla. Gisele, por outro lado, não tem o mesmo autocontrole e acaba se contorcendo pra frente para vomitar. 

— Que merda!

— Desculpa. — Gisele choramingou. 

— Eu durmo por duas horas e vocês fazem essa bagunça? — A voz de Martino soa no fim do corredor, de uma forma estranhamente tranquilizadora. Ele parecia bem melhor, o que era bom, pois as meninas sabiam que iriam precisar de ajuda para dar um fim àquele monstro. 

***

O plano era simples. Eles fariam uma emboscada na mata, Martino ficaria em cima de um galho alto de árvore enquanto Gisele se esconderia atrás de um arbusto cheio. Quando o zumbi se aproximasse, os dois usariam seus poderes para acabar de uma vez por todas com aquele corpo pútrido.

— E o que você vai fazer? — Gisele pergunta à Amara, que passa o peso de um pé para o outro.

— Eu já fiz o plano! — Amara diz, desviando o olhar. 

— Deixa ela em paz. — Martino defende a amiga, fazendo Gisele revirar os olhos. 

— Vamos terminar logo isso... — a telepata bufa, abrindo a porta da Torre Central com a mente e se lançando para fora, impaciente. 

Logo que adentram a mata, Martino e Gisele seguem seus caminhos para armar a emboscada, observando cautelosamente os passos do zumbi. O menino cadáver perambulava entre galhos secos e arbustos espinhentos sem se preocupar se deixava qualquer pedaço de si para trás — e ele deixava. Logo, encontrou a árvore onde morreu há décadas atrás, e tentou escalá-la, sem sucesso. Seus pés não tinham coordenação, assim como sua única mão que não conseguia agarrar-se a nada.

Gisele prendeu uma risada, apesar de ter um pouco de medo daquela criatura não podia negar que vê-la tentar escalar uma árvore era algo bem engraçado. Martino a repreendeu com o olhar, estava focado demais, quase como se derrotar aquele zumbi o fizesse se sentir derrotando o Árdego. O que não parecia algo saudável, de acordo com os pensamentos de Gisele.

Martino dá o sinal e então se lança contra o morto-vivo, que cambalea para trás e ruge, violento. O garoto conjura chamas das mãos e toca os ombros do zumbi que sibila em sua direção, tentando abocanhar seu pescoço. Gisele se prontifica e empurra a criatura com a mente em direção à uma árvore de caules secos, no mesmo instante em que Martino dispara uma bola de fogo contra ele. A telepata parecia chocada com a determinação do amigo em fritar aquele pedaço de carne podre ambulante, mas achou melhor não questionar.

E então, quando o fogo o atingiu, eles acreditaram ter vencido a batalha. Não tem como ele sobreviver a isso! Pensou Martino. Mas assim que as chamas se extinguiram eles perceberam que o Zumbi agora estava ainda mais ameaçador, com a pele cinza tostada e fogo na cabeça. 

— Ele não pode morrer! — Martino vocifera para Gisele, que pigarreia. 

— Oxe! Ele já está morto, tu esperava o quê? — perguntou Gisele, com uma sobrancelha arqueada.

— Então o que estamos fazendo aqui? — Martino observa o zumbi se arrastando pela mata em direção a eles, com um olhar sanguinário, faminto. Seu estômago se embrulha imaginando aquela criatura lhe devorando como uma fatia de pizza.

— Conseguindo tempo! 

E então, quando o morto-vivo está há poucos metros de Tino, se preparando para se jogar contra o garoto, seu corpo simplesmente para de funcionar. Com os olhos bem arregalados, a criatura solta um último rugido agudo e ensurdecedor que faz com que Tino e Gisele se encolham e tapem os ouvidos com os dedos. Quando voltam sua atenção para onde o zumbi estava há poucos segundos atrás, não há nada lá além de poeira e ossos. 

Martino se vira para trás e vê Amara sentada sobre um buraco no chão. Ela tinha posto fogo em algo que parecia importante, talvez aquilo tenha parado o zumbi. Martino esperava que o fizesse de uma vez por todas.

Os dois se encontraram com Amara e expressaram o alívio por ela ter conseguido. Apesar de Martino desaprovar a atitude dela de não contar o plano por inteiro, o que poderia ter ferrado com tudo. Porém estava feliz de poder ajudar.

— Bem... eu acho que tenho que voltar ao ambulatório. — Martino diz, com a voz trêmula, apontando para a torre. 

— Bom descanso, Tino! — Amara descansa um beijo na bochecha do amigo e segura a mão de Gisele, para que ela saia da frente do garoto. 

Gisele e Martino se cumprimentam com um aceno de cabeça e ela o assiste caminhar de volta à Torre Central.

— Fizemos uma bagunça e tanto hein. — Amara diz, chamando a atenção de Gisele, que sorri.

— Tá a fim de fazer mais?